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MÁRIO CESARINY DE VASCONCELOS
MÁRIO CESARINY DE VASCONCELOS
PENA CAPITAL
ESTADO SEGUNDO
XXI
Ama
como a estrada começa
PENA CAPITAL I
VINTE QUADRAS PARA UM DÁDÁ
II
Eu estou presente
todo eu sou sim
e é de repente
não dou por mim!
Um bom vazio
me vem encher
(nem sinto o frio)
de me não ver)
Heróis antigos
olhos cientes
passam amigos
dizem parentes
Passam os manes
do eternal
e os ademanes
do amoral
Passam aqueles
com os aquelas
tanto sou deles
quanto sou delas
Sou de ninguém
estou em olvido
e mais despido
que Pedro Sem
Colorações
Trigos e joios
Caem aviões?
Chegam comboios.
Os tristes olham
o escasso cais
que as ondas molham
(Água demais…)
Os ébrios, êsses
passam de largo
Ai Sá-Carneiro
Carneiro amargo
Praças pequenas
como alçapões.
São os cinemas?
Serão ladrões?
E eu que não digo
eu que não deixo
eu que mim migo
só pelo queixo
Esfriei a rua
das Grandes Dores
fritei-lhe a lua
raspei-lhe as flores
Fui-me à de lata
sangrenta escura
patrícia pata
da dita dura
Esfriei-lhe o jeito
de assassinar
comi-lhe o peito
mais pulmonar
Esfriei as frentes
esfriei as trazes
fiquei sem dentes
merda, rapazes!
Gritar não grito
esperar demora.
Viva o infinito!
Ora, ora, ora.
Altas, morenas,
com janelões
boas pequenas
estas prisões!
Dão lá por dentro
gozos astrais.
Anda-se menos
pensa-se mais.
Ó burguesinhos
que quereis fazer
que heis-de fazer
queridos vizinhos?
Sabeis lutar?
Sabeis perder?
Viver? Morrer?
Que heis-de fazer?
Eu que não puxo
cabo ou começo
fluxo… defluxo… e
não sei. Nem peço.
E à multidão
contente e só
eles que são
e eu que estou
apenas vejo
como se ouvisse
um negro harpejo
que nem florisse
Pois no que vi
não ver é que há
e eu estou ali
não estando lá.
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